sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Presunção

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Minha solidão não é capricho

nem vontade

nem solstício

nem vaidade

tão pouco liberdade


Minha solidão dói

sufoca

aprisiona

transborda incontida

arranha a máscara

que sorri no desejo de um “bom dia”


Se apodera

do meu peito imaturo

e o que era orgulho

agora é medo

tão humano e imperfeito

quanto o jovem

a espera do primeiro beijo


Então ...


Não me julgues

Se (não) conheces minha alma

Se o teu toque não me acalma

Não me julgues

Se negastes meu afeto

Se desconheces meus segredos

Se me negas o teu beijo

Não me julgues

Se temes ir coração adentro

Se queres apenas um momento

Se não me estendes tuas mãos

e meu olhar brilha em vão


Não me julgues

Se me negas teu abraço

e não me ofertas um afago

Se me negas um poema

Não me julgues


Eu dispenso sua pena.


Emiliano


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