![]() |
https://unsplash.com/pt-br/@rodlong |
Não sou muito adepta das modernidades. Sempre demorei um pouco para ceder às novidades. Não é protesto, nem vaidade não. É uma certa lerdeza na mudança de hábito, abestalhamento puro e simples. Por exemplo, quando finalmente eu aderi às redes sociais e entrei no orkut ele já estava obsoleto... o lance era o Facebook ... quando entrei no Facebook o lance era o WhatsApp. Instagram entrei um dia desses e twitter eu ainda nem entrei… na verdade, nem compreendo bem pra que serve afinal. Mas tenho a ligeira sensação que se passar o resto da minha vida sem twittar, isso não vai me fazer a menor falta. Não me importo muito com isso. Mas certos modismos cansam a minha já escassa beleza. Já fui expulsa de algum grupo por falta de participação (fazer o quê?). Porém tenho a estranha mania de cumprimentar as pessoas desconhecidas com quem cruzo na rua. Já criei amizades assim. De tanto cumprimentar a pessoa, passamos a conversar. E hoje foi um desses dias... de tanto receber meu “bom dia” a senhora com quem cruzo quase todas as manhãs vira pra mim e pergunta de onde eu a conhecia. Papo vai papo vem, de repente tinham se passado mais de trinta minutos e eu ouvi pelo menos metade da vida da desta senhora. Uma lição de vida. Uma mãe, uma avó, uma guerreira, uma heroína. Cheguei atrasada no trabalho, mas valeu a pena. Desculpem amigos do face e watts se nem sempre dou bom dia, ou parabéns, se nem tudo que faço eu posto, se nem tudo que postam eu curto, eu também não ligo quando ninguém curte o que eu posto. É que tem alguma coisa estranha em mim, que me faz sentir mais falta de abraços que de likes. Numa palestra a amiga Lilian Saturnino disse uma vez “quando sentir saudade de alguém NÃO LIGUE. VÁ ATÉ LÁ!” E de repente percebo o quanto isso se tornou difícil nos dias de hoje, mais difícil que conversar com uma estranha no ponto de ônibus. Mais difícil que admitir pra um amigo quando não estamos bem. Mais difícil que ter tempo pra visitar aquela prima que não se vê faz muito tempo. Nós precisamos resgatar nossos contatos físicos... o olho no olho... o ouvir o timbre da voz... o sentir o outro. O contato com tato tem um valor inestimável. Pratiquemos!!!!
Milk